Tópicos para um possível testemunho




Ø Em que ano frequentou o liceu?

Ø Que curso frequentou?

Ø Não esta arrependida pela sua opção?

Ø Fale-nos um pouco da sua passagem pela nossa escola?

Ø Como eram os tempos naquela altura? Eram muito diferentes dos de hoje?

Ø Acha que houve evolução da sua geração para a nossa?

Ø Tem algumas recordações e documentos, da sua passagem pelo liceu?

Ø Como era o ensino nessa altura?

Ø Ainda mantém contacto com colegas de turma? Ou com professores?

Ø O que seguiu após a sua passagem pelo liceu?




Este são os nossos tópicos que o podem ajudar na criação de um texto para testemunhar a sua passagem cá pela escola. Agradecemos a sua resposta para prosseguir-mos com o nosso trabalho.

P.S: Se nos pudesse mandar uma fotografia junto agradecíamos imenso.
Obrigado pela sua colaboração para o nosso projecto.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Testemunho de Maria Arminda Gama Dias Coelho Soares Barbosa

Período 1934 a 1941

Nessa altura o edifício do Liceu estava muito degradado.
As carteiras muito velhas eram para 2 e 3 alunos, não havia aquecimento em nenhuma sala, a sala de estar das meninas e as casas de banho tinham as paredes muito sujas e com escritos ordinários.
Embora na altura fosse um liceu misto havia uma separação total dos dois sexos.
Os recreios eram separados.
A parte feminina tinha apenas uma contínua a D.Glória – amiga de todas mas que se dava muito ao respeito.
Haviam outros contínuos que iam ás salas marcar as faltas e fazer avisos. No laboratório o contínuo era um homem.
Além dos alunos externos frequentavam também as aulas os alunos do Internato que funcionava como residência dentro do espaço do liceu.
Gostei muito do tempo que passei no liceu do 1º ao 7º ano.

Aspectos mais marcantes:

O interesse dos Professores na forma de transmitirem os conhecimentos. Nunca precisei de explicador e penso que a maior parte dos alunos também não.

A assiduidade dos professores. Nunca havia um feriado.

O respeito e a disciplina nas salas de aula, corredores, recreio,etc.

Ao lembrar algumas professoras que tive recordei que as tratávamos por Senhora D.Júlia e não por doutora e muito menos «stora». Ao recordar agora esse tempo acho que isso contribuiu para as sentirmos mais próximas, com uma ligação a que vínhamos habituadas da primária.

O Reitor – Dr.Prieto, reitor e professor durante todo o tempo que passei no Sá de Miranda, era uma figura amável, distinta e austera. Ser chamada ao reitor era um susto. Contudo as suas palavras sérias, mas amigas faziam-nos bem. Era um verdadeiro pedagogo.

As aulas de Educação Física eram mesmo de ginástica. Dava-se muita importância á ginástica respiratória.Os jogos faziam-se nos recreios e não me lembro da presença de nenhum professor.

Nos 3 primeiros anos havia aulas de Educação Cívica e dadas por um professor de qualquer disciplina.

A partir do 4º ano as aulas passaram a ser dadas por um Sacerdote e chamavam-se de Religião e Moral.
Muito aprendemos nessas aulas e foram-nos úteis pela vida fora. Além das aulas propriamente ditas os professores de Moral incentivavam-nos para outras actividades especialmente para a JEC. Lembro-me de lições extras sobre o “transformismo” dadas pelo professor de Moral.
Não sei se havia reuniões de pais mas lembro-me que o professor de Moral contactava várias vezes o meu Pai.

Com a entrada de Sacerdotes no Liceu houve uma limpeza nas salas de estar e nas casas de banho.

Fiz exames no 3º, 6º e 7º ano. No terceiro ciclo, que era apenas o 7º ano, fazíamos ciências e letras.

Uma excursão anual sempre a sítios perto mas muito preparada e acompanhada por vários professores.

Éramos muito estimulados para aumentar a nossa cultura. Penso, que foi no 5º ano, que formamos no Liceu um clube chamado «AMIGOS DE SABER». Fazíamos palestras sobre assuntos à nossa escolha que depois debatíamos.

A partir do 4º ano passei para uma turma mista.



Nunca ouvi dizer que o Liceu foi hospital. Mas a minha Mãe dizia que, antes de ser Liceu, era o Colégio do Espírito Santo, dirigido por Padres do Espírito Santo. Os meus tios, seus irmãos mais velhos, ambos médicos, foram lá alunos.

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