Tópicos para um possível testemunho




Ø Em que ano frequentou o liceu?

Ø Que curso frequentou?

Ø Não esta arrependida pela sua opção?

Ø Fale-nos um pouco da sua passagem pela nossa escola?

Ø Como eram os tempos naquela altura? Eram muito diferentes dos de hoje?

Ø Acha que houve evolução da sua geração para a nossa?

Ø Tem algumas recordações e documentos, da sua passagem pelo liceu?

Ø Como era o ensino nessa altura?

Ø Ainda mantém contacto com colegas de turma? Ou com professores?

Ø O que seguiu após a sua passagem pelo liceu?




Este são os nossos tópicos que o podem ajudar na criação de um texto para testemunhar a sua passagem cá pela escola. Agradecemos a sua resposta para prosseguir-mos com o nosso trabalho.

P.S: Se nos pudesse mandar uma fotografia junto agradecíamos imenso.
Obrigado pela sua colaboração para o nosso projecto.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Testemunho de Alberto Dias Ferreira

Primeiro dia de aulas?


Finalistas de 1956



Falar dos meus tempos de Liceu, é um pouco difícil, pois muito tinha para dizer. . .

Entrei em 1948 para o 1º.ano no Liceu Nacional Sá de Miranda, e completei o curso complementar dos liceus (antigo 7º.ano), tendo sido finalista em 1956.

Nunca me arrependi de ter frequentado o Liceu, até porque os anos que lá passei muito me marcaram e contribuíram sobretudo para formar o meu carácter e a minha personalidade.

Foi no Liceu que aprendi o que era amizade, companheirismo e camaradagem. Foi no tempo que frequentei o Liceu, que fiz verdadeiras amizades que duram até hoje.

Os professores que lá encontrei contribuíram para a minha formação moral, intelectual, e académica, quer pelas suas qualidades pedagógicas, quer pelas suas qualidades pessoais e morais.

Ressalvo aqui apenas uma excepção (de que muitos dos antigos colegas se recordam ainda hoje), que foi o caso do Dr. Carrilho de má memória não só para mim, mas para muitos dos colegas. "Se essas paredes falassem" muito haviam de contar sobre aquele professor que dizia ". . . só não faço a bomba atómica por falta de meios. . .". Dele ainda conservo uma carta escrita em papel de costaneira que enviou ao meu Pai, a justificar o facto de me ter reprovado. Já havia feito o mesmo com uma das minhas irmãs.

Apesar do rigor da disciplina que existia no Liceu e da exigência dos professores, apenas por duas vezes "fui chamado ao Reitor" (na altura o Dr. Miranda de Andrade) por motivos fúteis, como por exemplo ter levado uma bola para o Liceu ou ter sido expulso de uma aula de matemática por falar com o colega do lado enquanto o professor, Dr. Palma Fernandes, explicava qualquer coisa.

Por aqui se pode ver como os tempos de então eram muito diferentes dos de hoje. Ai de nós se alguma vez chamássemos um professor de "stôr", ou se falássemos na aula sem pedir autorização.

Mas foi tudo isto que consolidou o meu carácter , a minha personalidade e influenciou a minha vida.

Sinceramente, não sei se da minha geração para a de hoje houve "evolução" ou "involução", pois tudo depende do ponto de vista de cada um.

Numa coisa, houve evolução. É que no meu tempo não havia calculadoras nem computadores; nem telemóveis nem televisão. Por vezes, usávamos a velha régua de cálculo. Para os exames, apenas podíamos levar o B.I. e uma caneta, um lápis e uma borracha, e já no 7º. ano podíamos levar a "tábua de logaritmos" (ainda se usa?), régua, esquadro, compasso e uma folha de papel milimétrico.

Da minha passagem pelo Liceu, tenho imensas recordações na memória, mas recordações materiais tenho muito poucas.

Como sabem, no nosso tempo, o Liceu Nacional Sá de Miranda, era o único no país em que alunos estavam autorizados a usar o traje académico: capa e batina como se dizia então. É pois com muita saudade que ainda guardo minha capa, bem como as fitas pintadas e com dedicatórias ,que as colegas nos ofereciam no 1º. de Dezembro.

Tenho algumas fotografias, muito poucas, pois também era difícil arranjar uma máquina fotográfica naquela época.

Conservo também alguns livros que usei no Liceu, herdados das minhas irmãs que frequentaram o mesmo Liceu dez anos antes de mim. Outros, passei para colegas mais novos e alguns dei-os aoa meus sobrinhos , que ficaram admirados (positivamente) com os livros que se usavam na altura.

Como já referi, nos anos que passei no Liceu, criei verdadeiras amizades, e depois de terminado o 7º.ano cada um de nós seguiu destinos diferentes, e viemos a reencontrarmo-nos muitos anos mais tarde, mas a amizade continuou e ainda permanece passados mais de 50 anos.

Como não me foi possível por razões de ordem económica continuar no ensino superior, passei para o mercado de trabalho, tendo alguns anos depois ingressado num banco onde trabalhei 36 anos, passando à situação de reforma em 1997.

Mas o Liceu e os antigos colegas nunca foram esquecidos. Encontra-mo-nos anualmente, recordando com saudade os bons (e os maus) tempos que passamos no Liceu, mas, em contrapartida, todos os anos constatamos a perda de alguns amigos.

Quando começamos a efectuar os nossos encontros anuais, ainda apareciam alguns professores, mas de há uns anos a esta parte, só o nosso antigo professor de moral, o Prof . Jubilado Dr. Cruz Pontes, ainda vai aparecendo.



É tudo o que me apraz de momento dizer-vos.

Mas deixo aqui o meu conselho. Quando deixarem o Liceu, não se esqueçam dos tempos que lá passaram, e muito menos dos vossos amigos verdadeiros que deverão ter sempre presentes.

Procurem, no futuro, reunir a "malta" de vez em quando. Não percam os vossos contactos.

Com um abraço

Alberto Ferreira

Testemunho de Maria Arminda Gama Dias Coelho Soares Barbosa

Período 1934 a 1941

Nessa altura o edifício do Liceu estava muito degradado.
As carteiras muito velhas eram para 2 e 3 alunos, não havia aquecimento em nenhuma sala, a sala de estar das meninas e as casas de banho tinham as paredes muito sujas e com escritos ordinários.
Embora na altura fosse um liceu misto havia uma separação total dos dois sexos.
Os recreios eram separados.
A parte feminina tinha apenas uma contínua a D.Glória – amiga de todas mas que se dava muito ao respeito.
Haviam outros contínuos que iam ás salas marcar as faltas e fazer avisos. No laboratório o contínuo era um homem.
Além dos alunos externos frequentavam também as aulas os alunos do Internato que funcionava como residência dentro do espaço do liceu.
Gostei muito do tempo que passei no liceu do 1º ao 7º ano.

Aspectos mais marcantes:

O interesse dos Professores na forma de transmitirem os conhecimentos. Nunca precisei de explicador e penso que a maior parte dos alunos também não.

A assiduidade dos professores. Nunca havia um feriado.

O respeito e a disciplina nas salas de aula, corredores, recreio,etc.

Ao lembrar algumas professoras que tive recordei que as tratávamos por Senhora D.Júlia e não por doutora e muito menos «stora». Ao recordar agora esse tempo acho que isso contribuiu para as sentirmos mais próximas, com uma ligação a que vínhamos habituadas da primária.

O Reitor – Dr.Prieto, reitor e professor durante todo o tempo que passei no Sá de Miranda, era uma figura amável, distinta e austera. Ser chamada ao reitor era um susto. Contudo as suas palavras sérias, mas amigas faziam-nos bem. Era um verdadeiro pedagogo.

As aulas de Educação Física eram mesmo de ginástica. Dava-se muita importância á ginástica respiratória.Os jogos faziam-se nos recreios e não me lembro da presença de nenhum professor.

Nos 3 primeiros anos havia aulas de Educação Cívica e dadas por um professor de qualquer disciplina.

A partir do 4º ano as aulas passaram a ser dadas por um Sacerdote e chamavam-se de Religião e Moral.
Muito aprendemos nessas aulas e foram-nos úteis pela vida fora. Além das aulas propriamente ditas os professores de Moral incentivavam-nos para outras actividades especialmente para a JEC. Lembro-me de lições extras sobre o “transformismo” dadas pelo professor de Moral.
Não sei se havia reuniões de pais mas lembro-me que o professor de Moral contactava várias vezes o meu Pai.

Com a entrada de Sacerdotes no Liceu houve uma limpeza nas salas de estar e nas casas de banho.

Fiz exames no 3º, 6º e 7º ano. No terceiro ciclo, que era apenas o 7º ano, fazíamos ciências e letras.

Uma excursão anual sempre a sítios perto mas muito preparada e acompanhada por vários professores.

Éramos muito estimulados para aumentar a nossa cultura. Penso, que foi no 5º ano, que formamos no Liceu um clube chamado «AMIGOS DE SABER». Fazíamos palestras sobre assuntos à nossa escolha que depois debatíamos.

A partir do 4º ano passei para uma turma mista.



Nunca ouvi dizer que o Liceu foi hospital. Mas a minha Mãe dizia que, antes de ser Liceu, era o Colégio do Espírito Santo, dirigido por Padres do Espírito Santo. Os meus tios, seus irmãos mais velhos, ambos médicos, foram lá alunos.

Sìntese de Matemática de um antigo aluno

Esta é uma síntese de Matemática de um antigo aluno chamado Faria Brito que estudou no liceu Sá de Miranda em 1913-1914...


Diário de bordo do dia 20.01.09

Na aula passada, a Melodie e a Marina começaram por enviar cartas para mais algumas pessoas que passaram pelo Liceu, e contactaram também uma antiga funcionária, a D. Graça, para uma possível entrevista da mesma.
Enquanto isso, o Diogo e a Sandra digitalizaram fotos antigas do Liceu, fotos essas que mais tarde foram usadas na construção de um slideshow pela Melodie, a Marina e a Mariana.
O Bruno e o José Pedro, a outra parte do grupo, fizeram a recolha de biografias, a de Guilherme Rosa e a de Rui Simões Carrington da Costa, ilustres colegas que também por cá passaram.
Para concluir,tivemos a honra de receber o Engº Mário Palmeira, um antigo aluno, e o Padre António Rodrigues, um antigo professor de Religião e Moral, que nos presentearam com uma entrevista feita pela Melodie.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Ilustre Aluno


Guilherme Rosa

Guilherme Rosa nasceu em Lisboa a 1 de Março de 1906 e faleceu a 23 de Agosto de 1982.
Acabou o curso complementar de ciências no Liceu Central de Sá de Miranda, em Braga, com 19 valores. Em 1946 qualificou-se como professor do ensino técnico particular, das disciplinas de 7ºgrau, compreendendo de contabilidade e matemática.
Mais tarde, no ano de 1948 foi admitido como membro da Sociedade Portuguesa de Contabilidade e posteriormente no ano de 1964, registou-se como técnico de contas.
Guilherme Rosa foi membro da Associação Cientifica Internacional de Contabilidade e Economia, e foi também autor duma extensa bibliografia sobre contabilidade, economia, finanças, fiscalidade e cultura geral, destacando-se o balanço do estado Português e contabilidade industrial.
Guilherme Rosa contribuiu para o avanço da contabilidade nos países de língua portuguesa.

Diário de bordo do dia 13.01.09

O grupo dividiu-se em 3 partes: o Bruno, O Zé Pedro e o Diogo elaboraram biografias de antigos alunos; a Melodie tentou contactar a D.Graça para uma possível entrevista , mas não se encontrava disponível; a Marina e a Mariana enviaram novamente cartas a antigos alunos para que estes possam ajudar no nosso projecto, também realizaram um slideshow, para colocar no blog principal, com alguns cartazes do enterro da gata. Já no final da aula encontrámos o Dr.Coimbra (membro da Associação Cultural Sá de Miranda) que se mostrou disponível para nos ajudar no nosso projecto, assim as raparigas tiveram uma conversa com ele para que ele nos disponibilizasse contactos de antigos colegas que frequentaram o nosso Liceu. Desde já também agradecemos ao Dr. Coimbra pela sua ajuda.

Ilustre Aluno

Rui Simões Carrington da Costa







Nasceu a 25 de Agosto de 1894 em Azóia de Baixo,concelho de Santarém.
Frequentou o Colégio Militar,o Instituto Superior Técnico e a escola de Guerra.
Prestou serviços na Guiné,e quando regressou frequentou a Escola normal Superior de Coimbra e iniciou a sua actividade como professor de Matemática e Desenho.No ano de 1932 ocupou o lugar de professor efectivo do 9º grupo do Liceu Sá de Miranda,em Braga.Liceu onde exercera a docência até á jubilação em 25 de Agosto de 1964.Durante a sua passagem pelo liceu,Carrington foi Director de Ciclo, Presidente do Concelho Administrativo e Vice-Reitor.
Faleceu em Braga, onde está sepultado, a 9 de Novembro de 1964.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

João Roby


João Borges de Faria Machado Pinto Roby de Miranda Pereira




João Borges de Faria Machado Pinto Roby de Miranda Pereira nasceu no solar de Infias em Braga a 30 de Dezembro de 1875. Frequentou o curso secundário no liceu de Braga e depois no colégio de Nossa Senhora da Glória no Porto, com um aproveitamento admirável. Outra faceta curiosa e definida na mentalidade de João, foi a Marinha.Com 14 anos entrou para a Marinha,14 anos depois foi promovido a aspirante de 1º classe,morreu num trájico desastre ao serviço da pátria em África aos 28 anos.
Possuía diversas condecorações,todas ganhas em batalha.Assim permanecera sempre ao lado dos maiores e mais brilhantes vultos da história de Portugal o nome de João Roby.

Um aluno ilustre - Ângelo Ochôa



Ângelo Ochôa
Nascido no dia 30 de Novembro de 1944 em Alfandega da Fé, de avós agricultores, e rurais, filho de mãe professora e de pai empregado de Finanças, Ângelo Ochôa, vive uma infância em liberdade, por paragens remotas de Trás-os-Montes
e Alto Douro, donde os seus primeiros contactos com a riquíssima cultura popular transmontana e mirandesa.
Começou o secundário em Bragança em 1955 no colégio S. João de Brito e mais tarde prosseguiu com os seus estudos no ano de 1958 em Barcelos no externato D. António Barroso, registando-se aqui os seus primeiros tenteios, em prosa e verso, por jornais locais. São seus companheiros, dessas lides literárias, Victor Branco, Victor Sá e Margarida Malvar.
Ângelo Ochôa acaba por finalizar o secundário no Liceu de Sá de Miranda em Braga, onde foi aluno de Feliciano Ramos, professor, reitor e escritor que leccionou em Braga durante 25 anos, e tambem de Manuel Faria.
Por Coimbra e Porto, Ochôa desiste de direito e frequenta letras – Filosofia. Filia-se e toma parte em organismos académicos: TEUC, CITAC, CADC. Escreve, para jornais e revistas, crítica de livros, de cinema e de teatro.
Publica em Coimbra, em Novembro de 1965, a sua primeira produção, “o poema um”. Em 1970 inicia actividade de professor, não efectivo, de Filosofia.
A partir de Setembro de 1973, reside em Setúbal.
Conclui, em Letras, pelos anos 80, na Clássica de Lisboa, a Licenciatura. Efectiva-se para a docência do ensino secundário.
Participa no Grupo de Poetas e Escritores Setubalenses. Dispersa alguma obra
por jornais, publica alguns títulos de poesia. De Janeiro de 1998 até à data, vem divulgando, em páginas da Internet, a recolha da sua poesia escrita, que, mensalmente, actualiza. Daí o seu, em grande parte inédito, Livro de Horas, “Opera Omnia”.
Desde Abril do 2000, integra o grupo católico "Tabor", do Renovamento Carismático. Submete-se à Efusão do Espírito Santo, em Stª Rafaela, Palmela, a 18 de Junho.
Em Agosto, peregrina à Terra Santa
com a paróquia de S. Paulo e frui da liberdade de viver, a pleno dia, o Jubileu.

Gabriel de Moura Coutinho


Gabriel de Moura Coutinho



Nascido em 22 de Maio de 1934,em Abadim,filho de Joaquim de Moura Coutinho e de Maria Cândida de Almeida Barreto.Filho de uma família conceituada e de posses frequentou o seminário e o liceu Sá de Miranda e em seguida os seminários do Bombarral,Sarnache e Coimbra.
Servido de enorme talento, foi um jovem que prometeu muito na carreira ao serviço de Deus e á educação,pelo serviço divino e ensino..
Celebra-se ainda nos dias de hoje o falecimento desta figura grata de Abadim,o clérigo minorista Gabriel de Moura Coutinho.

Diário de bordo do dia 06.01.09

No dia 06.01.09 o nosso grupo dividiu-se em 3 partes: a Mariana e o Diogo escreveram o texto para enviar cartas a pedir testemunhos a antigos alunos afim de colaborarem no nosso trabalho; a Melodie e o Pedro digitalizaram uma revista "Dois pontos",um caderno, fotos e outros documentos de interesse c/ a colaboração da Mariana; e a Marina enviou e-mails e cartas a antigos alunos do Liceu. Visto que fomos ao teatro a aula terminou 45 minutos mais cedo.