Tópicos para um possível testemunho




Ø Em que ano frequentou o liceu?

Ø Que curso frequentou?

Ø Não esta arrependida pela sua opção?

Ø Fale-nos um pouco da sua passagem pela nossa escola?

Ø Como eram os tempos naquela altura? Eram muito diferentes dos de hoje?

Ø Acha que houve evolução da sua geração para a nossa?

Ø Tem algumas recordações e documentos, da sua passagem pelo liceu?

Ø Como era o ensino nessa altura?

Ø Ainda mantém contacto com colegas de turma? Ou com professores?

Ø O que seguiu após a sua passagem pelo liceu?




Este são os nossos tópicos que o podem ajudar na criação de um texto para testemunhar a sua passagem cá pela escola. Agradecemos a sua resposta para prosseguir-mos com o nosso trabalho.

P.S: Se nos pudesse mandar uma fotografia junto agradecíamos imenso.
Obrigado pela sua colaboração para o nosso projecto.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Possivel testemunho

Tópicos para um possível testemunho



Ø Em que ano frequentou o liceu?

Ø Que curso frequentou?

Ø Não esta arrependida pela sua opção?

Ø Fale-nos um pouco da sua passagem pela nossa escola?

Ø Como eram os tempos naquela altura? Eram muito diferentes dos de hoje?

Ø Acha que houve evolução da sua geração para a nossa?

Ø Tem algumas recordações e documentos, da sua passagem pelo liceu?

Ø Como era o ensino nessa altura?

Ø Ainda mantém contacto com colegas de turma? Ou com professores?

Ø O que seguiu após a sua passagem pelo liceu?




Este são os nossos tópicos que o podem ajudar na criação de um texto para testemunhar a sua passagem cá pela escola. Agradecemos a sua resposta para prosseguir-mos com o nosso trabalho.

P.S: Se nos pudesse mandar uma fotografia junto agradecíamos imenso.
Obrigado pela sua colaboração para o nosso projecto.

Um aluno ilustre- Elísio de Moura

Elísio de Azevedo e Moura





Elísio de Azevedo e Moura nasceu em Braga a 30 de Agosto de 1877 e faleceu a 18 de Junho de 1977, com 99 anos. Filho de José Alves de Moura, bacharel formado em Teologia, professor e, mais tarde, Reitor do Liceu de Braga e de D. Emília da Costa Pereira de Azevedo e Moura. Seguiu Medicina.Ao longo da sua vida escolar Elísio de Moura distinguiu-se sempre pela precocidade e brilho. A 15 de Outubro de 1892, então com 15 anos de idade, inscreveu-se na Universidade de Coimbra, como aluno de Matemática e de Filosofia. A 10 de Julho de 1895, obteve o grau de Bacharel em Filosofia.Inscreveu-se então na Faculdade de Medicina de Coimbra, frequentando o Curso de Medicina de 1895 a 1900, tendo obtido classificações merecedoras de prémios nos dois últimos anos. A 30 de Junho de 1900 ficou Bacharel formado em Medicina, com a informação final de Muito Bom. A 1 de Março de 1901 fez acto de licenciatura, defendendo o ponto sobre Semiologia dos Reflexos.

Diário de bordo

Na aula anterior assistimos a uma palestra, organizada pelo grupo Renascimento, do arquitecto Bernardo Távora , sobre o projecto de renovação da Escola Secundária Sá de Miranda. Vimos o antes, o agora e a futuro da escola.
Hoje dia 2 de Dezembro o grupo dividiu-se em quatro partes: uma parte do grupo mandou um e-mail para a Câmara Municipal de Braga, para o hospital de São Marcos para pedidos de testemunhos e publicaram no blog aquilo que foi realizado durante a aula (Marina e Mariana); outra parte digitalizou cartazes do "enterro da gata" presentes num álbum fotográfico da biblioteca da escola (Bruno e Diogo); a Melodie elaborou uns possíveis tópicos para enviar para pessoas que nos possam dar um pequeno testemunho sobre a sua passagem na escola; e o José Pedro fez uma pesquisa de antigos alunos ilustres cá da escola.

Cartazes do enterro da Gata








Imagens de antigos cartazes do enterro da gata retirados de um álbum fotográfico da Biblioteca da escola.

Testemunho do Doutor Raúl Rodrigues

A minha passagem pelo Liceu Nacional de Sá de Miranda



Para uma melhor compreensão da passagem da minha geração pelo Liceu Sá de Miranda, não dispensa uma pequena abordagem da situação política vivida na época, logo a seguir à revolução do 25 de Abril.

Corria o longínquo ano de 1975, época de profundas mudanças nos domínios económico, social e político. Nesse Outono e após o chamado Verão Quente, politicamente muito conturbado, marcado por um lado pelas nacionalizações em série de empresas privadas, e, por outro lado, Braga foi palco de manifestações anti-comunistas, onde Centena e meia de sedes do PCP e de outros partidos de esquerda foram cercadas, queimadas, atacadas à bomba. O incidente mais simbólico terá sido, porém, a destruição do centro de trabalho do PCP em Braga, porque sucedeu na sequência da manifestação de apoio ao arcebispo D. Francisco Maria da Silva.

A escola:

Após a realização do ensino preparatório na nova escola Secundária do Dr. Francisco Sanches, ingressei no Liceu Sá de Miranda, onde nesse ano lectivo se iniciou uma nova reforma, com a criação do ensino unificado, alargando o ensino secundário ao 12º ano.

O Liceu Sá de Miranda, também conhecido por liceu masculino (embora no meu tempo as turmas eram todas mistas), era uma das escolas mais prestigiadas da região. Não foi essa a razão da minha escolha, pois era a escola da área da minha residência.

Nessa altura, os “calinos” designação equivalente a caloiro, eram baptizados (praxados) pelos mais velhos, estando por isso, à mercê de suas excelências.

A política na Escola

Nesse período, todos sabíamos quem eram os professores de esquerda e de direita, apesar da maioria se manter no anonimato. Entre os alunos, discutiam-se e incutiam-se ideais políticos, que em muitos casos nos marcaram para sempre.

Reinava um tipo de irreverência (e também indisciplina) estudantil, provavelmente fruto dos momentos conturbados que o país atravessava, onde eram frequentes no Liceu, os mini-comícios ligados a forças da extrema-esquerda anarquista e não só (LCI – Liga Comunista Internacionalista, MRPP, PCP-ML, entre outros). Nesta época, todos estávamos rotulados politicamente entre esquerda e direita.

As eleições para a Associação de Estudantes, eram marcadas por desavenças que frequentemente terminavam em pancadaria. Recordo-me que era frequente haverem 12-15 listas candidatas, mas só duas ou três é que chegavam a ir a sufrágio eleitoral. Isto porque antes das eleições, era escolhida a mesa eleitoral. Após este acto, a maioria desistia a favor das listas mais fortes, ou seja, uma forma de facilitar o controlo do acto eleitoral.

Cheguei a participar numa lista liderada pelo actual líder da bancada parlamentar do PSD na Assembleia Municipal de Braga e ex-deputado à AR, o colega João Granja. Nessa altura, as listas tinham um pendor exclusivamente partidário e procuravam-se para os diversos lugares os colegas conotados(?) politicamente com a ideologia e que tivessem visibilidade na comunidade estudantil, seja ao nível do desporto, da intervenção política ou mesmo o facto de ser bom aluno. Tudo era válido para angariar votos.

Recordo desse período, alguns panfletos anarquistas que eram distribuídos às escondidas, onde constavam alguns slogans que reflectiam o panorama político da época:

- exigimos um rápido aumento da temperatura do peixe congelado e libertação imediata da sardinha enlatada

- nacionalização da bola de Berlim

- Abaixo a exploração sexual da galinha, quem quiser ovos que os ponha

- nem mais um soldado para Angola, nem mais uma freira para o céu.

Etc, etc.

O desporto

Da minha passagem pelo Liceu, destaquei-me na prática do desporto, designadamente no atletismo. Andava eu no 10º-11ºano, quando reactivaram as provas de corta-mato escolar. Nessa Altura, representei o Liceu no campeonato Distrital de Corta-Mato e era visível no rosto dos nosso professores: Agostinho, Nuno e Miguel Soares, Luís Godinho, Dantas e Maria José, que o Raúl era o forte candidato à vitória. O mesmo se passava com docentes de outras escolas, relativamente ao seus alunos. A meio da prova, destacava-me na frente com o colega Maurício da Escola de Joane. Na fase final, eu e o Maurício, após um final impressionante, decidimos cortar a meta de mãos dadas. Não houve campeão. No ano seguinte repetimos a dose. Este gesto foi apreciado por alguns professores, mas outros não deixaram de mostrar aquele sorriso amarelo….

Porquê esta atitude? Eu eu o Maurício, que éramos atletas federados respectivamente no S.C.Braga e G. D. Joane, e achávamos que os atletas que nunca treinavam como nós, estavam em desvantagem.

É evidente que depois participei nos campeonatos Nacionais, onde me classifiquei em 4º lugar num ano e em 5º no outro.

As aulas e os colegas

Era frequente na nossa altura haver comportamentos reprováveis nas aulas, mas tudo isso tinha a ver principalmente com o tipo de professor que tínhamos pela frente. É evidente que não vou valorizar nem enumerar tais atitudes.

Frequentemente fazíamos “greve aos testes” e muitas das vezes a adesão era total. O motivo (in)justo era obviamente o facto de não termos estudado. Mas das faltas nunca nos livrámos.

Na fase final, frequentei a área de quimicotecnia, caracterizada por alunos do melhor que havia no Liceu: o Casulo, o Rui Miguel, a Alice, o Chico Novais, entre outros. Uma particularidade destes fora de série, é que durante as horas com feriados (que na altura eram muito frequentes) perdiam muito tempo a ajudar os colegas com maiores dificuldades.

O convívio entre colegas, não se baseava só intra-turmas, o liceu era um grupo de amigos.

O Liceu, não era só os alunos, professores e funcionários. Nos intervalos de 20 minutos, nem todos iam ao bar tomar o seu copo de leite com um pão com manteiga ou um bolo. Preferíamos sair do Liceu (nessa altura ainda era possível), atravessar a rua e ir a um tasco que existia em frente “O Badalhoco” comer “1/4 de sêmea com 3-4 rodelas de chouriço”, muitas das vezes acompanhado por um copo de vinho branco.Tudo isto pela módica quantia de 2$50 (1,25 cêntimos em moeda actual), que na altura já era dinheiro. Mas não eram só alunos, também havia professores que alinhavam. Hoje, esta prática tal como estava instituída certamente que seria objecto de intervenção por parte do Ministério da Educação e tema de abertura dos telejornais.

As pessoas

Tanto ao nível de professores, como de funcionários todos eles nos marcaram para a vida.

Hoje retenho na memória professores como o padre Alberto Azevedo, o Dr. Américo Nunes, a Drª Teresa Roriz, a Drª Adélia, a Drª Fernanda Carvalhal, a Drª Mª Conceição Faria e por fim, a saudosa Milai. Pessoas com perfis completamente diferentes, mas que conseguiam juntar e trabalhar com os alunos. Nem sempre eram os professores que tinha posturas mais altivas (impor o respeito), que melhor relacionamento tinham com os alunos e, por conseguinte os conseguiam controlar. Havia de tudo, era a forma como abordavam os problemas, que conseguiam cativar o interesse e a disciplina dos alunos.

Apesar de ter tido um excelente relacionamento com a generalidade dos funcionários, como o Sr. Diamantino, Sr. Maia, Sr. Pereira, Dª Celeste, Sr. Francisco (perdoem-me aqueles que omiti, pois a memória também nos atraiçoa). Destes, destaco o Sr. Pereira da biblioteca, que sempre foi como um tutor ou mesmo como um para os alunos. A forma com que se preocupava em ajudar os alunos que recorriam à biblioteca, os conselhos próprios de um pai (que nem sempre os recebíamos em casa), marcaram-me profundamente. Aliás, o acompanhamento do Sr. Pereira, continuava e continua nos dias de hoje. Cada vez que me encontro com ele, é visível naquele rosto o grau de satisfação com que ele relata o percurso profissional de colegas que comigo frequentaram o Liceu, alguns deles nunca mais os vi. O Sr. Pereira marcou-me de tal forma, que, aquando do lançamento do meu primeiro livro, veio-me à lembrança alguns dos seus conselhos que hoje vi concretizados. Não descansei enquanto não lhe ofereci um exemplar do livro, que apesar da especificidade científica do tema, vi o agrado com que o Sr. Pereira o recebeu das minhas mãos.

Movimentos de reflexão

Acerca dos movimentos de reflexão existentes no Liceu, destaco o MCE (Movimento Católico de Estudantes) dinamizado pelo Padre Alberto Azevedo e que contava com colegas dos diversos anos, como o Luis Barbosa, o Armando Romano, a Lena Martinho, a Nocas, a Luz Azeredo, a Sissi, entre outros. No fundo servia como um contra-ponto aos movimentos anarquistas que grassavam um pouco por toda a parte. Aprendi a gostar do Zeca Afonso, do Geraldo Vandré, entre outros. Discutia-se política, religião, problemas sociais, etc., etc., o que muito contribuiu para a minha formação, pelo que hoje, não tenho receio em participar activamente em discussões públicas, no exercício da cidadania. A escola como formação de homens, não vem nos planos de estudos nem nos manuais, mas sim nas actividades extra-curriculares (não impostas) que os alunos desenvolvem em conjunto com os professores.

Cultura

Nessa época, chegou a existir um grupo de teatro dinamizado por vários professores, entre os quais a Drª Teresa Roriz, onde chegaram a ensaiar (salvo erro) o “Auto do Inferno” do Gil Vicente

Na fase final da minha passagem pelo Liceu, recordo um sarau académico no qual participei com um grupo de colegas (Tó Mané Soares, Zé Manel de Frossos, Carlos Lima e Jorge Rodrigues (meu irmão e na altura era um intruso), onde interpretámos algumas músicas de cariz popular, que, segundo me disseram, o Dr. Figalgo em a gravação em filme super 8.

Fotos do meu tempo?

Não consigo encontrar uma foto com os colegas de turma do 10º ano, mas ainda não perdi a esperança. Apenas uma foto da minha participação no campeonato nacional de corta-mato escolar em 1980.

O que faço?

Após a minha saída do liceu, ingressei no então Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro, actual Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde, em conjunto com dois colegas de turma (A MIMI -Emília Domingues e o Pedro Faria de Matos), me licenciei em Engenharia Agrícola.

Posteriormente, regressei à mesma universidade por duas vezes. Em 2000 concluí o Mestrado em Horticultura, Fruticultura e Viticultura e em 2007 o Doutoramento em Ciências Agrárias -Entomologia Agrícola.

Actualmente, sou docente na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, nas áreas da Fruticultura e Viticultura e de Protecção de Plantas, desenvolvendo ao mesmo tempo, investigação no domínio da Agricultura Biológica e dos Efeitos Secundários dos Pesticidas sobre Predadores Naturais dos Inimigos das Culturas.

Sugestão

No dia 29 de Abril de 2009, a exemplo de anos anteriores, vamos realizar, na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, o nosso dia aberto. Do programa constam vários workshops ligados a temáticas essencialmente agrícolas e ambientais. Este dia, destina-se exclusivamente a alunos do ensino secundário (10º-12º ano).

Aqui fica o nosso convite.

Aqui fica o meu testemunho, mostrando-me disponível para continuar em colaborar no vosso projecto.

Votos de um bom trabalho e felicidades para o vosso futuro.

Com os melhores cumprimentos

J. Raúl Rodrigues

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Diário de Bordo

Hoje dia 18 de Novembro o nosso grupo dividiu-se em três partes: uma parte do grupo entrevistou um antigo aluno do Liceu Sá de Miranda, o Doutor Franqueiro (Pedro, Marina e Melodie); a outra parte do grupo tirou fotografias a uma exposição dos 150 anos do Liceu, situada na biblioteca da escola (Bruno e Diogo), o restante colocou a revista cedida pelo Doutor Firmino, Presidente da Junta de Freguesia de S.Vítor, no blog ( Mariana, contando com a colaboração da Diana).

Revista "Dois Pontos"














































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